Opinião
O ESG e as novas oportunidades de emprego e renda
Prof. Dr. Marcelo Dutra da Silva
Ecólogo | [email protected]
O ano virou e as empresas vêm descobrindo o potencial do ESG (Environmental, Social and Governance) como promotor de investimentos e gerador de novos postos de trabalho. Oportunidades especializadas de emprego e renda que surgem da noite para o dia, em organizações conscientes dos novos tempos na corrida da sustentabilidade.
O emprego verde ESG está em alta e vagas muito valorizadas vêm sendo oferecidas no mercado, particularmente em organizações que compreenderam a importância da gestão responsável e das boas práticas socioambientais para a proteção do investimento do negócio e boa saúde do ambiente financeiro. Definitivamente, o ESG está transformando o significado do investimento e das oportunidades de trabalho.
Até onde se consegue acompanhar, já são centenas de vagas disponíveis encontradas no LinkedIn e Glassdoor, algumas com remuneração que superam os R$ 20 mil. Vagas formidáveis, para profissionais de alto nível, com qualificação avançada (seniores). Mas nem todas exigem tanto. A grande maioria das vagas alterna entre profissionais qualificados experientes e iniciantes com formação adequada e específica.
Portanto, a formação em ESG vem se tornando essencial e já vem sendo oferecida por diferentes organizações, algumas renomadas na área de finanças e negócios. Afinal, o ESG reúne estratégias que, em última análise, refletem sobre os riscos do investimento, iniciativas que uma vez adotadas pela organização afastam ou reduzem a possibilidade de perdas e prejuízos.
O ESG está baseado no tripé da sustentabilidade, em que são considerados componentes da prosperidade o sucesso econômico, o bem-estar social e a proteção do meio ambiente, onde um não é capaz de substituir ou de ser mais importante do que o outro. Na verdade, só têm significado juntos, uma vez que são interdependentes e complementares. Por isso, organizações que decidem assumir princípios ESG precisam, necessariamente, incorporar na gestão responsabilidades de ordem social e ambiental.
A demanda pelo ESG tem estimulado uma série de outras iniciativas, inclusive acadêmicas, de pesquisa e desenvolvimento. Aos poucos vem surgindo nas universidades os primeiros núcleos de pesquisa, laboratórios dedicados, com disciplinas programadas pela graduação e programas de pós-graduação (MBA), totalmente voltados para o desenvolvimento do tema. Sem dúvida, uma realidade completamente nova, que tem oportunizado o debate sobre uma maior aproximação entre academia e empresas.
Afinal, boas práticas exigem que a organização reúna conhecimentos específicos de gestão, jurídicos, de atenção social e segurança no ambiente de trabalho, de comportamento ambiental, certificação e selos. E este pacote de conhecimentos nem sempre está disponível em um único profissional e este é o modelo de formação que passa a ser exigido pelo mercado, especialmente em vagas especializadas de grandes corporações brasileiras.
Então, tudo que vem sendo construído ao longo de décadas e a considerar pelo novo momento de atenção ao meio ambiente da política nacional, eu diria que nunca foi tão favorável para o emprego verde como agora e para os profissionais especializados em ESG, pois as empresas estão acordando para o novo e o mercado já entendeu que sem gestão responsável o crescimento não se sustenta e os ganhos declinam.
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